Até quando cativos?
Domingo próximo, 18/5, é o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Trata-se do cumprimento da Lei 9.970, de maio de 2000.
Segundo o Comitê Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual de Crianças e Adolescentes, “a data é uma lembrança a toda a sociedade brasileira sobre a menina sequestrada em 18 de maio de 1973, Araceli Cabrera Sanches, então com 8 anos, quando foi drogada, espancada, estuprada e morta por membros de uma tradicional família capixaba. Muita gente acompanhou o desenrolar do caso, poucos, entretanto, foram capazes de denunciar o acontecido.”
Já se passaram 41 anos desse lamentável episódio! É verdade que muitas louváveis iniciativas pelo país se empenham para evitar novas Aracelis. Contudo, até agora, não foi possível impedir que outras vítimas surjam a cada dia.
O brado renovado aqui é que a sociedade e seus órgãos constituídos jamais fechem seus olhos para tamanha calamidade. Esse “seriado” horripilante, cujas temporadas prosseguem ininterruptas e ainda sem data de término, não é uma ficção. A realidade de dramas inumeráveis continua clamando por mais segurança, bom senso, atitudes preventivas, justiça e caridade de todos nós.
E nada melhor do que abordarmos esse horror no ensejo da celebração da Lei Áurea no Brasil, 13/5. Enquanto um só indivíduo, independente de sua etnia – seja criança, adolescente, jovem, adulto, idoso, mulher, homem – sofrer qualquer tipo de violação de seus direitos de cidadania, vivenciaremos um estado de cativeiro.
MARCA DA INCLUSÃO
Sob diferenciado espírito acolhedor, funciona a nossa rede de ensino pelo país, na qual desenvolvemos a Pedagogia do Afeto e a Pedagogia do Cidadão Ecumênico, diretrizes da linha educacional que adotamos.
Recentemente, o Conjunto Educacional Boa Vontade, em São Paulo/SP, recebeu integrantes da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP): a professora doutora Emília Cipriano Sanches, do curso de Pedagogia; a professora Regina Helena Zerbini Denigres; e as estudantes de Pedagogia Isadora Prados, Gabriela Romera, Melissa Rodrigues, Adriana Rocha e Paula Scobosa.
O Coral e o Grupo de Instrumentistas Infantojuvenis Boa Vontade as recepcionaram com uma canção de boas-vindas e uma música em Libras (Língua Brasileira de Sinais), que eles aprendem em sala de aula.
A dra. Emília Sanches, também coordenadora da Consultoria e Assessoria Educacional Aprender a Ser, destacou aos alunos: “Uma emoção muito grande! Quem educa, educa para transformar e vocês estão transformando. Fiquei olhando a expressão de cada um, a felicidade. Agradeço com muito carinho por vocês me fazerem acreditar que é possível ter crianças e jovens trabalhando numa perspectiva de transformação. A música que apresentaram traz uma mensagem maravilhosa, que é da inclusão. E a grande marca desta Instituição é a inclusão. Parabéns por fazerem essa verdade da inclusão se manifestar nas nossas vidas. Muito obrigada!”.
José de Paiva Netto é jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com