Capivari:Estudantes plantam legumes e verduras que consomem na merenda escolar
Selecionadas em programa do Ministério da Educação, as cinco Escolas Integrais de Capivari mantêm hortas que são cultivadas pelos próprios alunos
As mãos que escrevem, desenham e resolvem operações matemáticas são as mesmas que se misturam a terra para plantar, cultivar e colher. A experiência, que se repete nas cinco Escolas Integrais de Capivari (Eicaps), começa em sala de aula, na disciplina de SQV (Saúde, Qualidade e Vida), e se estende para os canteiros das hortas criadas no início deste ano.
Orientados por educadores sociais (profissionais com conhecimentos no cultivo de verduras, legumes e hortaliças), estudantes assumem a condição de “pequenos agricultores” e vivem a inédita experiência de consumir os alimentos que ajudam a cultivar com as próprias mãos.
“Ajudo a preparar a terra, a plantar e a regar”, conta Ana Beatriz de Sousa Santana, de 12 anos, aluna da escola Dirceu Ortolani Stein, uma das unidades de ensino selecionadas pelo Programa Mais Educação, do Ministério da Educação, que financia projetos para ampliação da jornada escolar.
Além da Dirceu Ortolani Stein, o Mais Educação aprovou, em 2013, propostas das Eicaps Aldo Silveira, José Annicchino Fu Paulo, Lucia Rosaria Armelim Stefanini e Teresinha de Jesus Macluf. As escolas receberam verbas para serem aplicadas, em 2014, em atividades de acompanhamento pedagógico, educação ambiental, esporte, lazer, cultura e artes.
Parte do dinheiro recebido é destinada à compra de sementes, insumos e contratação de um educador social. “Durante as aulas de SQV, os estudantes aprendem, por exemplo, sobre alimentação saudável, meio ambiente e cultivo do solo. Uma horta tem tudo a ver com isso”, diz Hosana Conceição Corrêa da Costa Melikardi, diretora da Eicap Dirceu Ortolani Stein, onde o plantio foi iniciado em fevereiro, com nove variedades: alface, chicória, beterraba, cheiro verde, couve, pepino, maracujá, rabanete e espinafre, tudo cultivado de maneira orgânica.
“As crianças aprendem e sentem a diferença do alimento produzido com e sem agrotóxicos. Além de saudável, esse contato com a terra faz os estudantes valorizarem o trabalho. A experiência de comer o alimento que ajudaram a plantar será para sempre lembrada por eles”, acrescenta Hosana.
Depois de tanto trabalho durante o cultivo, chega a hora da colheita – iniciada em abril e feita pelos próprios alunos. Desde então, fresquinhos, verduras e legumes saem da cozinha das escolas e, diariamente, vão direto para o prato do almoço dos estudantes. Erick Gabriel Toledo de Lima, de 10 anos, é rápido ao responder o que entende por alimentação saudável. “Meu prato sempre tem muita salada”, diz.
Para o secretário da Educação, Nadir Assalin, criança bem alimentada é sinônimo de bom aproveitamento escolar, ainda mais quando parte das refeições advém de dentro das próprias escolas. “O estudante saudável, que se alimenta bem, aproveita melhor as aulas, aprende mais”, afirma.
O resultado do projeto enche de orgulho o prefeito Rodrigo Abdala Proença (PPS). No fim de maio, ele foi presenteado com uma cesta cheia de verduras cultivadas na horta da escola Dirceu Ortolani Stein. “A escolha de cinco Eicaps pelo Programa Mais Educação é mais uma demonstração da alta qualidade do ensino oferecido nas nossas escolas”, declara.