Comércio mostra força, mas o desafio é permanente

Por Bruno Caetano

Pesquisa do Sebrae, divulgada na semana passada, mostra que 79,3% das micro e pequenas empresas (MPEs) do comércio paulista sobrevivem aos dois primeiros anos de vida. Este período é considerado o mais difícil, pois o negócio ainda não tem clientela formada e muitas vezes quem comanda é inexperiente.  O número está acima da média nacional, de 77,7%, para o setor. Além do mais, qualquer índice acima de 70% já pode ser considerado muito positivo.

A boa notícia chega em hora adequada: nesta semana comemora-se o Dia do Comerciante. Mas, celebrações à parte, é preciso ter os pés no chão. Não é porque a fase mais crítica foi superada que o jogo está ganho. O desafio é permanente. Mercado, comportamento do consumidor e cenário econômico mudam. Acomodar-se é uma armadilha.

Por isso, nunca é demais reforçar os princípios da boa gestão. O planejamento tem de ser constante. Se o negócio foi bem pensado antes de sua abertura, a prática deve ser mantida para cada passo do empreendimento.

Outro conceito básico diz respeito aos recursos financeiros. Verbas da empresa não se misturam com as pessoais do dono do negócio. Ele tem sua retirada mensal e ponto final. Jamais deve pegar dinheiro do caixa e correr até o banco para pagar a mensalidade da escola do filho.

Controle de estoque é ponto crucial. Se falta mercadoria, a loja perde vendas e deixa de ganhar. Se sobra, é prejuízo. Saber medir a demanda faz-se importantíssimo.

Inovação é mandamento para o negócio ter vida longa. Pode ser no produto, nos processos ou no serviço. Não se trata de reinventar a roda, mas de incorporar algo que não estava no repertório. É oferecer um item novo, adotar ferramentas tecnológicas ou reorganizar o atendimento, por exemplo.

Marketing entra no pacote e vai além da propaganda. Há uma gama de estratégias a serem usadas e basta avaliar qual a mais adequada no momento.

O comerciante tem o que comemorar no seu dia amanhã. Mas sempre com o radar ligado para aproveitar as oportunidades e contornar as dificuldades. E nessa data gostaria de pedir a permissão do leitor para homenagear uma comerciante muito importante em minha vida. Meu pai, que por quarenta anos dedicou-se à arte e ao ofício de encantar clientes em sua pequena loja de calçados.