ADMINISTRAR A ARTE DE MUDAR

Em pleno século XXI, estamos num processo contínuo e acelerado de evolução e aprimoramentos em todas as áreas científicas. Estudiosos e cidadãos comuns  experimentam certa crise existencial ao tentar absorver a avalanche de informações e transformações da tecnologia e do progresso.

Gilberto de Mello Kujawski comenta em seu livro, A Crise do Século XX: “ A aceleração crescente do progresso transforma a civilização em produto biodegradável, incapaz de servir de apoio estável para a vida humana, sem a qual esta não se pode construir.

O progresso se devora a si mesmo, não permite ao homem demorar-se fecundamente no proveito da última colheita, determina a erosão do presente e do passado e submerge o mundo na maré do niilismo “.

Sobre o mesmo tema o jornal o Estado de São Paulo publicou um artigo sob o título “Ciência Aguarda Dilúvio De Informações”, onde é previsto que no futuro, as pessoas terão que adotar o que se chama cultura cosmética, isto é, uma cultura superficial devido à enorme quantidade de informações disponíveis.

Esta cultura cosmética seria obtida pelos cientistas através do uso intensivo de banco de dados e de uma maior especialização nos assuntos. O cidadão comum teria que aderir a uma forma degradada de informação predominantemente visual, restando a ele apenas a impressão de que sabe alguma coisa.

          À título ilustrativo, temos dados interessantes:

  • No ano de 1300, o poeta italiano Dante Alighieri possuía uma biblioteca com 1338 volumes que continham praticamente todo o conhecimento da época.
  • Já por volta de 1600, Sir Isaac Newton não podia vangloriar-se de conhecer tudo, pois a Biblioteca de Oxford já dispunha de 2.500 livros.
  • Nos dias de hoje, a Biblioteca do Congresso norte-americano tem perto de 93 milhões de livros.

No campo da administração, o congestionamento de novas ideias, trabalhos e informações acompanham o ritmo geral. Soma-se a isso o fato de a administração ser uma área que tem pontos de intersecção obrigatórios com uma ampla lista de outras ciências, o que exige atenção e aberturas extras.

Subestimar conhecimentos de psicologia, de economia, física, matemática, política, matemática antropologia, filosofia, arquitetura etc., levaria à perda de uma visão total e eficiente do ser humano em detrimento da prática administrativa.

Para que o tema desta tese, marketing participativo possa se inserir neste contexto de mudanças procuraremos ter sempre em mente que a existência dessa cumplicidade cooperativa é necessária com outras áreas científicas afins.

Conhecer e entender as transformações, e com elas, o advento de novas ideias e valores, são pré-requisitos para absorver e aplicar com sucesso as regras do marketing participativo. Precisamos ser generalistas, mas especialistas também em algo que dominemos mais.

 

 

e – Robson Paniago é Administrador Tecnológico & Social 

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