Campo das Doenças do Trabalhador

Falar da construção do campo das doenças do trabalhador demonstra que este estudo é vasto e abrange conhecimentos multidisciplinares e se aplica a todas as pessoas envolvidas nas relações laborais, pois o emprego é algo fundamental na vida das pessoas.

O contexto atual está profundamente marcado pelos novos modelos de produção, que apelam ao forte envolvimento do trabalhador e pela insegurança no emprego, devido à flexibilidade das formas do trabalho e ao aumento do desemprego.

Jeremy Rifkin (2004) diz que tal transformação caracteriza uma situação que implica na diminuição tendencial de empregos estáveis e na precariedade de uma proporção significativa da população ativa, que configura a situação de crise do paradigma do emprego estável e protegido.

Ele está dizendo que cada um se tornará responsável pela sua empregabilidade e também pela quebra de paradigmas. Isso significa que, cada vez mais, será exigido dos administradores e de outros profissionais as competências, habilidades e atitudes que nem todos ainda estão preparados.

O modelo de serviço de medicina do trabalho rapidamente expandiu para outros países devido ao acelerado processo de industrialização. A expansão foi potencializada pelos precários ou inexistentes sistemas de assistência a saúde, o que tornou os serviços médicos da empresa essenciais para os trabalhadores e em alguns casos para os seus familiares, o que permitia as indústrias o controle da sua força de trabalho.

“Segundo Fonseca e Gomes (1992) a Saúde do Trabalhador como o processo de saúde e doença dos grupos humanos, em sua relação com o trabalho, ou seja, compreender como e porque ocorre e busca desenvolver alternativas de intervenção”.

Atualmente na sociedade do conhecimento essas relações continuam em precarização através da terceirização, contratações informais, empresas autoritárias e várias outras coisas que fazem a fragilidade das pessoas no trabalho acontecerem e , mais do que isso, serem estudadas e entendidas.

         Com isso e na época a presença de um médico nas organizações se tornou algo imprescindível dentro das organizações o que pode ser compreendido com a Factory Act, de 1833, em que o proprietário de uma fábrica inglesa, descontente com as condições de trabalho de seus pequenos trabalhadores, procurou o médico inglês Robert Baker – que viria a ser nomeado pelo parlamento britânico como Inspetor Médico de Fábrica,  para auxiliá-lo quanto a melhor forma de proteger a saúde de seus operários.

Baker (1830), conhecedor da obra de Ramazzini e há bastante tempo estudando o problema de saúde dos trabalhadores aconselhou-o a contratar um médico para visitar diariamente o local e estudar a influência do trabalho sobre a saúde dos pequenos operários, que deveriam ser afastados de suas atividades quando notado que estas estivessem prejudicando a saúde dos mesmos. Era o surgimento do primeiro serviço médico industrial em todo o mundo.

e – Robson Paniago é Administrador Tecnológico & Social

e-mail: robson.paniago@fgv.br e rpaniago@facmaxplank.edu.br