Editorial: Nosso cabidão de emprego.
Quem nunca ouviu falar da expressão “cabidão de emprego”. Mas qual seria o significado dessa conhecida expressão popular?
Pois bem, o cabide é um objeto que se penduram as roupas, correto? Então a Prefeitura num sentido figurado se tornou o grande cabide, onde se penduram várias pessoas, ou melhor, onde se colocam vários aliados políticos, onde se empregam tais aliados.
E quem de fato são estas pessoas? Quais critérios foram adotados para selecionar estas pessoas? Será que elas passaram por um processo de seleção com entrevistas, provas de conhecimento e testes psicológicos, como na maioria das grandes empresas? Não! Em boa parte dos casos o “passaporte” de entrada destas pessoas são os chamados favores políticos (herança da campanha).
A cada virada de mandato várias pessoas são despedidas para dar lugar aos “amigos do rei”, essa demissão em massa se justifica pelo preenchimento de vários cargos e a assim o ciclo vicioso se repete a cada quatro anos.
A maioria dos cargos numa administração publica que se prese, exige profissionais qualificados, isso quando o administrador realmente deseja desempenhar um bom trabalho ou realizar uma administração séria pensando em oferecer ótimos serviços públicos.
Passa uma administração chega outra e a história se repete. É um parente do vice prefeito, é a irmã do prefeito, é um afilhado politico, é um filho de eleitor, um amigo de infância, outro amigo do clube de futebol, um advogado que doou na campanha, são muitos os exemplos que se pode deixar como ilustração.
Bem verdade que alguns comissionados conseguem realizar grandes trabalhos, o que não pode acontecer é essa outra parte de comissionados que ocupam o tempo do trabalho alimentando rixas politicas, picuinhas partidárias, ou simplesmente criando uma rede de intrigas entre os adversários políticos.
Quando o “cabidão” trouxer trabalhadores que realmente produzem resultados, estes profissionais são bem vindos e todos saem ganhando, inclusive o povo e a administração.
Quando o “cabidão” traz pessoas descompromissadas e defensoras de interesses pessoais, a população sai perdendo, o administrador perde e o dinheiro público é desperdiçado com serviço público de qualidade duvidosa.
Uma boa forma de tratar a questão do cabidão é fazer um pente fino na hora da seleção, começando pela ficha corrida da pessoa. Se o trabalhador não tiver antecedentes que o impeça de ingressar no serviço público já será um passo dado em direção a seriedade e ao compromisso com o povo que é o maior interessado em receber serviços públicos de qualidade.