FUTEBOL, CARNAVAL, SAMBA E NEGÓCIOS
O futebol no Brasil mal administrado é pentacampeão mundial, imagine se fosse bem administrado. Vocês pararam para pensar na hipótese de o Flamengo, Atlético, Corinthians e demais clubes se tornarem empresas Sociedades Anônimas (S/A), com ações negociadas nas Bolsas de Valores?
Os torcedores poderiam ajudar a manter no Brasil um Robinho e suas pedaladas espetaculares através da capitalização do negócio, via ações no mercado de capitais. Isto sim seria um espetáculo de crescimento neste setor da economia!
Além disto, no aspecto técnico, o Brasil é um celeiro de craques porque a criatividade impera neste País. Enquanto estamos falando do Robinho, outro fenômeno está sendo criado e podem ter certeza que estes fenômenos refletem um pouco da criatividade do brasileiro, seja no campo seja nas empresas.
O Romário jamais gostou de treinar, mas quando o mesmo entra em campo arrasa com seu talento e potencialidade. Não se pode tratar uma joia desta com atitudes tayloristas, isto é, de maneira como diz o famoso ditado: “Manda quem pode, obedece quem tem juízo”.
Este tipo de craque mostra em campo uma genialidade e jogo de cintura, que não será apenas dirigentes ditatoriais que poderão travar o seu desenvolvimento. Aliás, porque não pensar na hipótese de participação nos lucros para o jogador de futebol? Acho que o espetáculo seria ainda maior…
Samba lelê é a expressão daquilo que o brasileiro gosta de fazer, é um povo izoneiro, que gosta de festas e o carnaval nada mais é do que a criatividade de um povo sofrido, maltratado e surrupiado em seus direitos, que mesmo assim encontrou formas de ser feliz e gozar a vida pela.
A criatividade é encontrada no cidadão que consegue sobreviver com um salário mínimo, que deveria ser chamado de mini-mini-mini-mínimo. Pois é um milagre como a elite permite que este estado de coisas continue. Isto está demonstrado por um país com uma das piores distribuições de renda do mundo.
Cabe ao administrador do novo milênio ajudar na criação de novos empregos, no aumento da renda per capita, na melhor distribuição da renda, na ética nos negócios, política etc e na melhoria da população em geral. Pois isto se refletiria nas próprias empresas. Mais renda, mais consumo, mais empregos, mais renda…
O fato de acreditarmos em futebol, carnaval e samba quer dizer que, apesar de todos os sofrimentos, acreditamos que podemos ser melhores em algumas coisas e poderemos ser melhores ainda em muitas outras, pensando neste prisma.
Temos que melhorar a autoestima do brasileiro, que quando alcança sucesso já começa a ser considerado com palavras depreciativas e outros adjetivos não muitos simpáticos. Temos que valorizar nossos ídolos, mitos, heróis e não execrá-los em praça pública.
O Carnaval é a expressão da alegria e criatividade do brasileiro, que trabalha o ano inteiro para desfrutar de uma semana de alegria na avenida. Existe uma mistura de desafio e de superação nesta festa nacional.
Ao Carnaval misturam-se narcotraficantes, bicheiros (que patrocinam inclusive o espetáculo), atores e atrizes globais, cervejarias multinacionais (Brahma, Antártica, AMBEV, INBEV e outras mais).
O Carnaval na sua organização desorganizada virou um modelo de negócios e passou até a ter um curso superior numa escola do Rio de Janeiro, cidade maravilhosa, aonde o espetáculo do mesmo deixa o mundo estupefato, como um país com tanta miséria consegue realizar um espetáculo com tanto brilho e organização?
Fazendo um paralelo entre o Carnaval e o Jazz, aonde é permitido improvisar para chegarmos ao resultado final, ambos alcançam um resultado bem interessante baseado em coisas e atitudes improvisadas.
e – Robson Paniago é Administrador Tecnológico & Social