Homenagem aos Pais

O radialista Mário Augusto Brandão trouxe a mim palestras que realizei num período de 25 anos. Então, reuni alguns trechos para apresentá-los a Vocês, porque procuramos de maneira ecumênica, quer dizer, universal, inspirar nossas palavras nos ensinamentos de Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista. Por isso, juntamos a opinião de tantos, em função do Mandamento Novo do Celeste Educador: 

Amai-vos como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos, se tiverdes o mesmo Amor uns pelos outros. (…) Não há maior Amor do que doar a própria Vida pelos seus amigos. (…) Porquanto, da mesma forma como o Pai me ama, Eu também vos amo. Permanecei no meu Amor” (Evangelho, segundo João, 13:34 e 35; 15:12, 13 e 9). 

No segundo domingo de agosto, comemoramos o Dia dos Pais no Brasil. 

O poeta e escritor alemão Heinrich Vierordt (1855-1945) afirma: “Títulos, honras, favores humanos, tudo, tudo é pálida neblina apenas; e o único bocado sólido de sorte é a felicidade familiar”.

Nessa data, firmados no exemplo do Divino Mestre, em Sua Prece Ecumênica do Pai-Nosso, não nos podemos esquecer de homenagear, inicialmente, o maior dos pais: o Celestial. 

Ao dedicar algumas linhas aos heróis que pelo mundo desempenham bem o seu papel de educar os filhos, faço-o com muito carinho. Minha saudação é extensiva aos que não mais se encontram neste orbe, visto que habitam agora o Plano do Espírito, como “seu” Bruno de Paiva (1911-2000). A morte não interrompe a Vida. Na Terra ou no Céu da Terra continuamos a trilhar a Existência Eterna. 

 

Relacionamento entre pais e filhos

Apenas com o Amor Fraterno — passe o tempo que necessário for, superados todos os percalços —, será sustentada a relação entre pais e filhos, filhos e pais, sólida e indestrutível, porquanto a fortaleza dessa união estará sobre o mais sublime dos sentimentos. 

Em sua Primeira Epístola, 4:20, 21 e 8, diz João Evangelista: “Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Ora, temos, da parte Dele, este mandamento: aquele que ama a Deus ame também a seu irmão (…), porque Deus é Amor”. 

E essa assertiva de João, que se inspirou em Jesus, recorda-me uma complementação do saudoso Alziro Zarur (1914-1979) à palavra do Discípulo Amado: “E nada existe fora desse Amor”. Por conseguinte, desse afeto vem a substância que percorre e mantém viva a Alma, tal como o sangue, que não permite a gangrena do corpo humano, ao espalhar vida a todas as suas partes (…). 

Na realidade, a luta é grande; os obstáculos, muitos. Diante disso, a importância de cuidarmos para que não falte aos nossos filhos o alimento material. Todavia, não nos esquecendo de os saciar espiritualmente, conforme defendemos na Pedagogia do Cidadão Ecumênico e na Pedagogia do Afeto*. 

Contudo, por que a chamamos assim? Ora, o Ecumenismo é para isso. Em vez de nos matarmos por causa de religião, de ciência, de ideologia, de filosofia, de política, de clubes de futebol, ou o que mais o seja, devemos nos unir ecumenicamente, isto é, universalmente, sem considerar a crença ou descrença da criatura humana, ou se é negra, branca, amarela, mestiça — aliás, toda a população terrena é mestiça —, e levantar quem estiver caído na vala comum da miséria física, social, moral ou espiritual. Esse é o Ecumenismo sem fronteiras que pregamos. Por isso mesmo, o do Afeto, de que andam carecendo os povos, aquele que se comove com a dor. Continua faltando humanidade à Humanidade. Você está rindo desta argumentação? Perdeu a fé nas pessoas? Desistiu de usar sua inteligência em prol de tempos melhores? Então, não se queixe da violência. E não haverá muro ou cerca eletrificada que possa salvá-lo, ou salvá-la, dessa grosseria que apavora as ruas, visto que a violência pode estar dentro de sua própria casa. Daí a necessidade do bom relacionamento na família, que é a base de uma nação.

Temos de levar adiante a Pedagogia do Cidadão Ecumênico, porque, fortalecidos no seu caráter, convictos de que habitamos um único planeta, nossos jovens se tornarão imbatíveis nos assuntos que merecem o respeito e a decisão de todos. Alcançarão as vitórias que tanto almejamos para eles como para os filhos de outros pais. A felicidade segura de uma família depende do bem-estar de todas. O Amor, ou a dor, ensinará essa verdade à consciência das multidões, no transcurso das épocas.

Que nossos filhos estejam bem-vestidos, alimentados, nutridos, medicados quanto se fizer preciso. Mas, acima de tudo, protegidos das más influências psíquicas e espirituais, que fatalmente resultam nos males físicos e sociais.

* Pedagogia do Afeto e Pedagogia do Cidadão Ecumênico — Segmentos da proposta pedagógica criada por Paiva Netto, que propõe um modelo novo de aprendizado, aliando Razão e Sentimento. Essa linha educacional é aplicada com sucesso na rede de ensino e nos programas socioeducacionais desenvolvidos pela Legião da Boa Vontade, no Brasil e utilizada também por suas bases autônomas, no exterior. Ambos “fundamentam-se nos valores oriundos do Amor Fraterno, trazido à Terra por diversos luminares, destacadamente Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista”, conforme afirma o educador Paiva Netto. Na Pedagogia do Afeto, o enfoque é sobre as crianças de até 10 anos de idade, unindo sentimento ao desenvolvimento cognitivo dos pequeninos, de forma que carinho e afeto permeiem todo o conhecimento e os ambientes de suas vidas, incluído o escolar. Na continuidade do processo de aprendizagem, a Pedagogia do Cidadão Ecumênico é direcionada à educação de adolescentes e adultos, dispondo o indivíduo a viver a Cidadania Ecumênica, firmada no exercício pleno da Solidariedade planetária. Tem como bandeira o Novo Mandamento de Jesus: “Amai-vos como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos. Não há maior Amor do que doar a própria Vida pelos seus amigos” (Evangelho, segundo João, 13:34 e 35 e 15:13). Para a aplicação da proposta pedagógica da LBV, foi desenvolvida uma metodologia própria: o MAPREI (Método de Aprendizagem por Pesquisa Racional, Emocional e Intuitiva). Trata-se de uma ferramenta de aprendizagem facilitadora do imenso desafio de formar cidadãos mais fraternos, o que de nenhuma maneira significa dizer desprovidos de senso crítico ou despreparados para enfrentar um mundo de riscos e reveses, consoante pondera o educador Paiva Netto. A razão de embasar o ensino em valores espirituais e éticos está associada diretamente ao princípio socioeducacional da LBV de valorizar a integralidade do ser humano, pois contempla não apenas sua aptidão intelectual, mas a potencialidade interior, que vem do seu Espírito Eterno.

 

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.

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