O PLANO DE ESTABILIZAÇÃO DA ECONOMIA BRASILEIRA – O PLANO REAL …

   O Plano real começou em 30 de junho de 1994, foi um plano econômico  criado e desenvolvido durante o  período  do governo Itamar Franco ,que substituiu Collor de Melo , após o Impeachment, completando seu mandato ,o plano  tinha como  meta à redução e o controle da inflação .  Elaborado pelo ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso, o plano de estabilização da economia contou com a participação dos seguintes economistas: Gustavo Franco, Pérsio Arida, Pedro Malan, Edmar Bacha, André Lara Rezende, entre outros.  

    Entre as ações  e fases do Plano  Real , tivemos a fase de tentativa de redução dos gastos públicos e aumento dos impostos ,como forma de controlar as contas do governo ,em seguida foi criado  a URV (unidade real de valor )como uma maneira de desindexar a economia atreladas aos índices de inflação ,Criação de uma moeda forte  0 Real (R$).,aumento das taxas de juros e aumento dos compulsórios (dinheiro que os bancos recolhem junto ao banco Central ),com o objetivo de reduzir o consumo e provocar a queda da inflação .redução dos impostos de importação para aumentar  a concorrência com os produtos  nacionais ,levando a redução dos preços ; Controle Cambial mantendo o Real valorizado frente ao dólar .Esta medida tinha por objetivo estimular a importação e aumentar a concorrência interna ,controlando  o preço dos produtos nacionais.                                           

    O plano Real foi bem sucedido, elegendo Fernando Henrique Cardoso, à presidência da Republica, em 1994. A inflação passou a ser controlada ao longo dos anos, e até o presente, temos ainda frutos deste plano com uma inflação oficial em torno de 5% ao ano.

    O Real começou com a tentativa de um cambio ambicioso de R$ 1,00 =  U$ 1,00,  o que ,é claro, este cambio teve que ser  atualizado de 1994 até nossos dias atuais . Em 1994, por exemplo, com R$ 1,00,era possível comprar  1 quilo de carne de frango  ou  10 pãezinhos .Em 2005, as notas de R$ 1,00 pararam  de ser fabricadas ,tendo somente a moeda . Ao longo de quase 20 anos do Plano Real, a inflação acumulada desde 1/07/1994 até 1/2/2014, medida pelo IPCA, foi de 347,51%.  Assim, um produto que custava R$ 1,00 em 1994 custa hoje R$ 4,47. O matemático financeiro José Dutra Vieira Sobrinho afirma que, em decorrência desse fato, a cédula de R$ 100,00 perdeu 77,65% do seu poder de compra desde o dia em que passou a circular. Com isso, o poder aquisitivo da nota de R$ 100,00 é hoje de apenas R$ 22,35;O real foi reduzido a quase um quinto do valor em 20 anos”, diz o professor.”Mas isso ainda é uma vitória. Porque mesmo passados 20 anos, ela ainda mantém certo poder aquisitivo. A histórica anterior era de uma inflação que chegava a 5.000% ao ano. A taxa de cambio, real em relação ao dólar está cotado em  2.352 até o dia 26/02/2014. 

      Nós sabemos que quando o desejo de consumir é maior do que a capacidade de produção, os preços sobem. O crônico problema brasileiro com a inflação está, portanto, na incapacidade do país de produzir o suficiente para atender à demanda reprimida, ou seja, àqueles que querem consumir e pagam por isso. Se o governo estimula o consumo, sem o pais ter a capacidade de produzir, vai gerar inflação,além  da queda abrupta da taxa de juros em 2012 ,que levou  o consumidor a usar  mais a oferta de credito do mercado financeiro , gerando um consumo desenfreado .Isso tudo ocorrendo como  descontrole em administrar um plano ,que ainda tem seus méritos.

   Para ajustar o plano, precisamos investir no setor produtivo para adequar as necessidades de consumo à de produção. Investir em educação, inclusive na grade curricular, implantando conceitos fundamentais de finanças pessoais e a importância de poupar. Quando o produto estiver muito caro na prateleira, não comprar até que as liquidações venham dar conta disso.

   A reflexão leva-nos a entender que o plano Real teve e em seus méritos, porém, o governo tem de ajustar os desvios, tomar o maior cuidado com os investimentos estruturais não feitos e adiados…  Um plano, ou, indo além, uma economia não vive apenas de política monetária, é necessário incentivar a economia real crescer para ser a base da economia monetária, ou mesmo sustentá-la.