Passagens

No passado pedíamos benção a nossos pais avós e eles exigiam obediência, respeito e nunca responder a eles e a nossos professores. Quando o professor adentrava a sala de aula todos o recebiam com respeito e até certo temor.

Hoje muitos filhos controlam seus pais e não dão a mínima para seus avós e professores. Respeito é uma coisa que não cabe na atual geração que recebe várias denominações e vemos um desmoronamento de valores e princípios, que mesmo sendo rígidos ou não, persistiam no passado longínquo.

Vi minha avós passando os ternos do seu marido usando carvão e para fazer uma ligação telefônica ligava-se a uma telefonista que levava um tempão para completar a mesma e poderíamos falar com nosso destinatário.

Nos dias atuais com um simples toque do dedo falamos com o mundo e realizamos operações financeiras e comerciais com pessoas do mundo inteiro. Passamos de um mundo regional e local para global.

Vendo essas transformações de valores, tecnológicos e sociais podemos dizer que avançamos em muitas coisas.

Vivemos mais devido aos incrementos e gastos cada vez maiores na área da saúde, mas não percebo que esse viver mais significa que o ser humano está melhor.

Percebemos que a mãe natureza anda dando sinais de esgarçamento e o calor tem aumentado aqui na América do sul enquanto na América do norte o frio exacerbado transmite que algo não está indo bem.

O mundo mudou ou nós mudamos? Ambos têm percebido uma mudança global e que ainda não compreendemos tudo apesar do nosso desenvolvimento tecnológico. Que ironia!

Apesar das conquistas realizadas patinamos em muitas coisas como humanidade, fraternidade e bem querer.

Vivemos mais, mas não necessariamente com qualidade. O sistema capitalista não nos deu respostas para resolver os problemas humanos e precisamos nos reinventar.

Como? Essa é a pergunta que não quer calar. A Europa que era uma referência está em crise e essa crise existencial perpassa a todos.

Queremos mais e precisamos de estadistas e pessoas que sejam referencia para essa mudança comportamental e política.

Enquanto isso vemos que nosso congresso ainda têm como referencia pessoas em quem não confiamos e que entra ano e sai ano permanecem as mesmas, fazendo as mesmas trágicas opções apenas para si e que não levam o país a lugar nenhum.

Tristes trópicos e sendo assim continuamos a pensar se esse país tem jeito. Tem?

 

e – Robson Paniago é Administrador Tecnológico & Social

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e-mail: robson.paniago@fgv.br e robsonpaniago@hotmil.com