Piracicaba: A cada seis segundos morre uma pessoa vítima de AVC
No Dia Mundial do AVC, Santa Casa reforça a importância da informação como grande aliada na luta para salvar vidas
Quanto mais rápido a pessoa for identificada com AVC (Acidente Vascular Cerebral), conhecido popularmente como derrame cerebral, mais chances ela terá de sobreviver com nenhuma ou com o mínimo possível de sequelas.
Com o compromisso de expandir essa informação e conscientizar a população para o reconhecimento precoce do AVC e sobre como proceder nesses casos, a Santa Casa de Piracicaba lembra o Dia Mundial do AVC, comemorado hoje, 29, abordando funcionários do Hospital com ações de prevenção e esclarecimento.
A abordagem, coordenada pela gerente de enfermagem Denise Lustenchlaeger, será feita por uma equipe de enfermeiros que visitarão as diversas unidades de internação para entrega de panfletos produzidos pelo Ministério da Saúde. A proposta é lembrar que o AVC tem tratamento e que vidas podem ser melhoradas quando há mais conscientização e ação por parte da população para o rápido acesso a unidades de saúde. Tudo para proporcionar melhor qualidade de vida à vítima do AVC, caracterizado pelo rompimento (hemorrágico) ou entupimento (isquêmico) dos vasos que levam sangue ao cérebro, paralisando a área sem circulação sanguínea.
Para isso, o material traz, inclusive, atividades lúdicas em que as letras da palavra SAMU são associadas ao ‘Sorriso’, ao ‘Abraço’, à ‘Música’ e à ‘Urgência’. O neurologista Theo Germano Perecin explica, lembrando que, diante da suspeita de um AVC, a pessoa deve solicitar à vítima que sorria; já que o sorriso torto pode ser um indício do AVC, assim como a incapacidade de levantar os dois braços para um abraço ou a confusão mental na hora de cantarolar uma canção.
“Diante dessas evidências, o serviço de urgência deve ser acionado imediatamente”, orienta o médico, que aponta ainda como principais sintomas fraqueza ou formigamento na face e membros, especialmente em um lado do corpo, dor de cabeça súbita e intensa sem causa aparente, tontura, confusão mental e alterações visuais e psicomotoras.
Perecin lembra que outra iniciativa no sentido de massificar informações sobre o AVC e orientar sobre como agir diante desta ocorrência é o “riscômetro de AVC”, aplicativo para andróides que pode ser baixado no celular por qualquer pessoa.
Segundo ele, a cada seis segundos, independente da idade ou sexo, alguém em algum lugar no mundo morre em decorrência do AVC, considerado a segunda principal causa de morte de indivíduos acima de 60 anos de idade e a quinta maior causa de mortalidade entre os 15 e 59 anos, podendo atingir até mesmo crianças e recém nascidos.
Dados revelam ainda que uma em cada seis pessoas sofrerá AVC durante a vida. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 5 milhões de pessoas morrem todos os anos devido ao AVC. No Brasil, esse número é de aproximadamente 100 mil, fazendo do AVC a segunda causa também de incapacidade, com enorme impacto econômico e social devido ao abandono de atividades por causa das sequelas graves, que impedem a pessoa de se movimentar, falar e até mesmo comer sozinha.
O neurologista revela ainda que o ideal é que o tempo máximo entre a apresentação de sintomas pelo paciente, o acionamento do SAMU (Serviço de Atendimento Médico de Urgência) pelo 192 e a realização de exames para definição do diagnóstico e início do tratamento não podem ultrapassar quatro horas e meia. “Boa parte das mortes poderia ter sido evitada se houvesse divulgação dos critérios de tratamento exigidos nos casos de emergências médicas”, afirma.