Piracicaba: Santa Casa amplia debate sobre amamentação e sustentabilidade

Profissionais da saúde e órgãos públicos avaliam o que é possível fazer para promover a amamentação beneficiando mãe e bebê e reduzir impactos ambientais e econômicos

Que a amamentação é um ato de amor por se traduzir em mais saúde e qualidade de vida à mãe e ao bebê, consolidando o vínculo afetivo entre ambos, todo mundo sabe. A novidade, porém, é a inclusão da amamentação entre os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável adotados pela Cúpula das Nações Unidas para serem atingidos até 2030 como parte da estratégia para erradicação da pobreza e da fome no mundo.

O tema foi proposto pela WABA (Aliança Mundial para Ações em Amamentação) e, será replicado pela Santa Casa de Piracicaba a partir das 13h30 desta sexta-feira (5), quando terão início as ações alusivas à Semana de Aleitamento Materno, promovida anualmente pela Instituição. “A proposta é associar o aleitamento à sustentabilidade do planeta, fazendo com que a amamentação seja estimulada, apoiada e promovida por mães que não apresentem restrições médicas”, disse a  coordenadora da Maternidade e do Centro Obstétrico da Santa Casa, Patrícia Cazzonatto.

Ela lembra que o tema da Semana Mundial do Aleitamento Materno deste ano traduz bem este compromisso ao evidenciar que a “Amamentação é um presente saudável para um futuro sustentável”.

“O leite materno é o alimento mais acessível por não ter custo e estar próximo; seguro, pois não necessita de fabricação, envase, preparo, nem transporte; completo  e oportuno por estar disponível no tempo certo, na quantidade adequada e com incontáveis vantagens à crianças de qualquer idade  e situação sócio-econômica, em qualquer lugar do mundo”, justifica Patrícia.

Ela revela que o evento contará com palestras e atividades coordenadas junto a representantes de hospitais, entidades de saúde e das secretarias municipais da Educação, Meio Ambiente, Saúde, Desenvolvimento Social e Serviço Municipal de Água e Esgoto (Semae) para que apresentem as ideias construídas durante o evento e exponham o que cada um pode e deve fazer para estimular a amamentação.

Segundo a WABA, o desenvolvimento sustentável é aquele que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade de as gerações futuras terem as suas próprias necessidades satisfeitas. Neste contexto, amamentar é reduzir morbidades, mortalidade, desigualdades, violência e danos ambientais por promover a vida e a saúde, intensificar as relações sociais, promover o resgate cultural da condição humana e a segurança alimentar e nutricional, com a conseqüente redução de impactos ambientais uma vez que a amamentação é um método ambientalmente sustentável de alimentação.

 

Programas estimulam a amamentaçãoTendo-se em vista o compromisso com ações preventivas que promovam a melhora da qualidade de vida de gestantes e bebês nascidos na Santa Casa de Piracicaba, a Instituição mantém uma série de programas implantados para estimular a amamentação.“Ao conceder o leite materno, a mãe está nutrindo o seu filho com o mais completo alimento e garantindo a ele as condições necessárias para o desenvolvimento de barreiras de proteção contra possíveis infecções e para o desenvolvimento cognitivo e emocional, com impacto direto na saúde física e psíquica da mãe”, ressalta a administradora Vanda Petean, graduada também em Enfermagem Obstétrica.Segundo ela, setores como as Maternidades do Hospital, suas Pediatrias e a UTI Neonatal, bem como a equipe de fonoaudiologia e os programas mantidos pelo Santa Casa Saúde, promovem atividades e processos para que o atendimento à gestante seja cada vez mais amplo e qualificado.“Tudo começa com os Cursos de Gestante, oferecido gratuitamente pelo Santa Casa Saúde a todas as futuras mamães de Piracicaba e região que queiram esclarecer dúvidas e obter informações detalhadas sobre todas as etapas da gestação e dos períodos anteriores e posteriores a ela”, esclarece Vanda.“Seguimos a um roteiro padronizado, com registro de dados desde a admissão da gestante em pré-parto com a finalidade de introduzir o aleitamento materno já como parte do cuidar”, revela a administradora. Após o parto, e ainda em recuperação pós-anestésica, a mãe tem essas informações reforçadas antes de receber o bebê para contato pele a pele, momento em que ele é colocado sem roupas na posição ventral sobre o tórax da mãe para ser aquecido e amamentado.Em seguida, na admissão na Maternidade, há um novo reforço dessas orientações nas primeiras seis horas de vida do bebê. 24 horas após o nascimento, a equipe segue um check-list à beira leito para observação de mamada e verificação da eficiência das informações com relação à pega correta do peito.Em um segundo momento, mães, seus bebês e eventualmente familiares, participam de reuniões na Maternidade com a proposta de orientar sobre cuidados com o recém-nascido, estimular a amamentação e reforçar a importância do apoio familiar em domicilio. Já no peito, quando o bebê ingere a endorfina presente no leite e, por isso, está menos sujeito à dor e ao estresse, a equipe promove a coleta do PKU para exame do pezinho, ampliando a sensação de segurança e tranqüilidade de mãe e bebê.Segundo Vanda, o cuidado é permanente durante o período de internação em UTI Neonatal e no momento da alta, seja por meio do ambulatório de prematuros da santa Casa ou do acolhimento residencial- babycare para conveniados do Santa Casa Saúde.