Prefeitura de piracicaba apresenta argumentos para uso de mosquitos transgênicos no combate à dengue e chikungunya
A Prefeitura de Piracicaba encaminhou no início da tarde desta quarta-feira (18) ao Ministério Público os argumentos que embasam a utilização de mosquitos transgênicos no combate à dengue e à febre chikungunya. O documento inclui as ações adotadas pela Secretaria de Saúde e os números da doença no município nos últimos anos, além de documentos que atestam que o mosquito OX513A, chamado de Aedes aegypti do Bem, não apresenta riscos do ponto de vista humano, ambiental, vegetal e animal.
De acordo com o secretário de Saúde, Pedro Mello, Piracicaba é altamente favorável à procriação do Aedes aegypti mosquito transmissor da dengue. “Enfrentamos esse problema por conta das condições climáticas do município e pelo fato de parte da população ter uma cultura de acumular materiais inservíveis, que armazenados de forma incorreta são potenciais criadouros para o mosquito. Mesmo com o intenso trabalho que temos realizado nos últimos anos, a doença tem avançado e depois de estarmos sem o registro de óbitos desde 2010, tivemos uma morte em 2013 e duas em 2014”, alerta o secretário.
A adoção do projeto piloto com o mosquito da Oxitec do Brasil se justifica, segundo o secretário, pela obrigação em se buscar alternativas para frear a doença. “Os técnicos da secretaria, eu e o prefeito temos o dever de buscar novas alternativas ao combate a esta doença, que neste ano tem gerado uma das maiores epidemias do Estado, com elevados números de casos e mortes”. Até o dia 15 de março, Piracicaba registrou 270 casos de dengue. O número é 500% maior do que os 43 casos registrados no mesmo período de 2014.
Anunciado no dia 2 de março, o projeto piloto em parceria com a Oxitec prevê uma extensa fase de engajamento público, com ampla divulgação do projeto. Entre os exemplos podemos citar o trabalho de divulgação no bairro Cecap, com funcionários da Oxitec e do PSF (Programa Saúde da Família) em visitas porta a porta para esclarecer os moradores sobre o tema, além da divulgação na praça José Bonifácio, realizada nos dias 7 e 14. Houve ainda reunião na Secretaria Municipal de Educação, que contou com a presença de 150 diretores e coordenadores de ensino infantil e fundamental das escolas municipais.
Questionado pelo MP, o monitoramento do mosquito Aedes albopictus selvagem é um dos itens de exigência da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e será realizado pela Oxitec em toda e qualquer situação em que houver liberação de seu mosquito geneticamente modificado.
Autor: Texto e fotos – Rodrigo Guidi – MTb 37756