Prefeitura Municipal de Capivari desperdiça dinheiro público com aluguéis de prédios sem utilização

Espaços alugados há mais de um ano para Grupos da Terceira Idade e Casa da Cultura continuam sem utilização pelo Poder Público. Adequações necessárias são as justificativas do Executivo

casa da cultura

terceira idade 

Alugada e custeada pela Prefeitura Municipal de Capivari, o prédio localizado na Rua Tiradentes e prometida para ser a sede do Grupo da Amizade da Terceira Idade, permanece sem uso. O desperdício de dinheiro público pode ser constatado também com a Casa da Cultura, que não tem atividades culturais e artísticas há cerca de dois anos. 
Em abril do ano passado, o prefeito, Rodrigo Abdala Proença, anunciou por meio da imprensa, a entrega simbólica das chaves do local que sediariam os Grupos da Terceira Idade. 
Conforme matéria publicada e inclusive divulgada pelo JCR, o prefeito alegou que a entrega seria atípica, porque o proprietário “do prédio amplo e que atenderia as necessidades dos grupos”, passariam por adequações. 
“Tenho a alegria de dar essa ótima notícia que é a conquista da sede própria, algo que há anos eles lutavam”. Será um espaço só deles, em que poderão usar e abusar à vontade. Estou extremamente feliz”, ressaltou o prefeito. 
Na oportunidade, o prefeito acompanhado do secretário de Inclusão e Desenvolvimento Social, Cristian Fernandes, da diretora da Terceira Idade, Marlene Augusta de Campos e de três vereadores da base de apoio, afirmou que “o grupo poderia usar e abusar do espaço”.
Durante o encontro ainda, o tesoureiro do grupo do bairro Morada do Sol, Rubens Menillo, 73 anos, disse que a conquista se reverteria em saúde, pois serviria de integração aos seis grupos. “Poderemos trocar nossas experiências de vida. Até agora vivemos isolados, cada um no seu espaço”, admitiu. 
Do período do anúncio até o momento, a Prefeitura paga desde 31 de março de 2014, – o valor de R$ 1,8 mil por mês para bancar o espaço, que fica próximo a Padaria do Bresciani, no centro. O total reservado para o aluguel já chega a mais de R$ 21 mil ao ano. No caso da Casa da Cultura, a Prefeitura desembolsa por mês R$ 5.986,54. Até os dias de hoje, o espaço não foi utilizado pela atual administração gerando um gasto de R$ 167 mil. Na soma dos valores, os dois imóveis geraram uma despesa de mais de R$ 188 mil.
Em requerimento n° 021/2015, o vereador Valdir Antonio Vitorino, questionou o Executivo sobre qual é a real situação da sede que já está alugada e se existe algum cronograma para a entrega da reforma daquele local, porém, em resposta enviada pelo secretário houve uma contradição, pois ele afirma que quem ficou responsável pela reforma do local foi a Prefeitura, quando na realidade o prefeito disse anteriormente que quem faria isso, seria o proprietário. 
“O imóvel ainda está sobre fase de adaptação ficando a Prefeitura responsável pelas adaptações do imóvel. A locação foi realizada com valor abaixo da média de mercado, de acordo com proprietário, desde que a Prefeitura realizasse as melhorias necessárias. A entrega será simbólica por conta de o proprietário estar realizando adequações no local”, responde em requerimento, Fernandes e o prefeito em matéria divulgada pela assessoria dele. 
Entretanto, segundo Fernandes, a entrega definitiva do imóvel será realizada até o final deste mês, e em comum acordo com os grupos, para isso, será escolhida uma data para a inauguração.
Quanto à Casa da Cultura, que funciona parcialmente, pois temos informações que a parte administrativa do setor de Cultura ainda está lá, apesar da falta de confirmação pela Prefeitura Municipal, o prédio não poderá ser utilizado conforme afirmou o prefeito em entrevista ao JCR e em reunião com os vereadores Mateus Scarso e Tete Borsari, por conta da falta de laudos fornecidos pelo Corpo de Bombeiros.
“Após o incêndio da boate Kiss, em Santa Maria (RS) a Corporação endureceu o processo. Estamos parados por conta disso”, disse o prefeito apesar de a Prefeitura ter renovado o contrato com a proprietária do imóvel ainda em 19 de julho de 2014 e não ter solucionado o problema nestes dois anos que se passaram. A reportagem do JCR entrou em contato com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura, mas até o fechamento desta edição, não obteve retorno pertinentes aos questionamentos apontados em matéria.