Rei do Brega, Reginaldo Rossi morre aos 69 anos em Recife

O cantor Reginaldo Rossi morreu às 10h desta sexta-feira (20), aos 69 anos, por falência múltipla dos órgãos. Considerado Rei do Brega, o artista estava internado desde o dia 27 de novembro no Hospital Memorial São José, em Recife, após sentir fortes dores no peito. Ainda não há informações sobre velório e enterro.

Inicialmente, Reginaldo foi diagnosticado com derrame pleural, que é o acúmulo excessivo de líquido no espaço entre a pleura visceral (membrana que recobre o pulmão do lado de fora) e a pleura parietal (superfície interna da parede torácica). Na semana passada, ele foi diagnosticado com câncer no pulmão.

Reginaldo chegou a ser transferido para um quarto, mas retornou à UTI no dia 9 de dezembro, quando voltou a sentir dores. No mesmo dia foi submetido a uma nova cirurgia para a retirada de líquido no pulmão, com a instalação de um dreno.

Nos últimos dias, Reginaldo iniciou o tratamento de quimioterapia e sessões de hemodiálise diária. Chegou a ter uma leve melhora no quadro clínico, mas na quinta-feira (19) voltou a respirar com ajuda de aparelhos. 

Reginaldo estava com show marcado para o Revéillon do Recife, no bairro do Pina. Ele deixa a mulher Celeide Rossi, com quem era casado há cerca de 30 anos, com quem teve o filho Roberto.

Repercussãoreginaldo

Em entrevista por telefone ao UOL, o cantor brega Falcão disse que o bom humor e “breguice” tão característicos do seu trabalho tiveram influências de Reginaldo Rossi. “Eu me inspirei nessa parte melódica e bem humorada, quase sacana, que ele tinha”, disse o cantor cearense, por telefone.

Ainda segundo Falcão, Rossi derrubou preconceitos em relação à música brega por causa da qualidade de seu trabalho. “Tudo o que ele fazia era bem feito. Ficou muito popular. Era daqueles que o povo pedia. Era um amigão, quase um irmão”, diz o cantor.

 

Trajetória

Reginaldo Rodrigues dos Santos Rossi nasceu em Recife no dia 14 de fevereiro de 1944 e ingressou na faculdade de engenharia, mas não chegou a se formar e trabalhou como professor de matemática.

Começou a carreira artística em 1964 imitando Roberto Carlos em bares e clubes da capital pernambucana. Na época, ele era acompanhado pelo conjunto The Silver Jets.

Em 1966, lançou o primeiro LP, “O Pão”, seguido por “Festa dos Pães”, no ano seguinte. Em 1970 se afastou do rock com “À Procura de Você”, que o introduziu no gênero brega-romântico, do qual se tornaria um dos maiores expoentes, ao lado de nomes como Odair José, Amado Batista, Wando e Agnaldo Timóteo.

Em meados dos anos 1980, já com 18 discos gravados, Rossi era um sucesso de vendas no Norte e Nordeste, mas permanecia desconhecido no eixo Rio-São Paulo. Em 1987 lançou um de seus maiores sucessos, “Garçom“, que o tornaria conhecido no Sul e Sudeste no fim dos anos 1990.

Ao longo de sua carreira, o cantor gravou com artistas como WanderléaRoberta Miranda e Planet Hemp, e aceitou de bom grado o título de “Rei do Brega”. Com cerca de 50 álbuns lançados, ele recebeu 14 discos de ouro, dois de platina, um de platina duplo e um de diamante.

Em 2011, Rossi venceu o Prêmio da Música Brasileira na categoria de melhor cantor popular, pelo álbum ao vivo “Cabaret do Rossi”, que também rendeu um DVD, em que fazia releituras de sucessos como “Taras & Manias”, “Dama de Vermelho“, “Boate Azul“, “Amor I Love You”, “Só Você” e “I Will Survive”.

Em 2009, ele participou do quadro “Dança dos Famosos”, no programa “Domingão do Faustão”. Fora da carreira artística, Reginaldo Rossi candidatou-se em 2010 a deputado estadual de Pernambuco, mas não foi eleito.

Fonte: UOL