Uma justa homenagem ao guerreiro Valente.
Valente no nome e no desempenho da função, porém, amigo, pai e marido com um QUÊ a MAIS. É assim que estamos conseguindo definir o soldado PM Marcos, o Marcão.
Na tarde de hoje estive na 2ª Cia. de Policia Militar de Capivari gravando uma entrevista com a Capitão Daniele para uma matéria sobre segurança publica que estamos fazendo para a Radio Alternativa FM. Dentre as perguntas, não poderia deixar de lado esse assunto: A perda do soldado Marcos.
As palavras da Capitão apenas confirmaram aquilo que já sabíamos. “ O Soldado PM Marcos era muito profissional, um líder. Nem dava pra saber quando ele estava com problemas pessoais, ele sempre chegava sorrindo e se destacava nas ocorrências”. Disse a comandante.
Em conversas com amigos mais próximos, Marcão chegou a dizer que foi trabalhador rural e que seu sonho era ingressar na Policia Militar, o que fez após quatro tentativas prestando concurso publico.
De acordo com a comandante da policia militar, o soldado Marcos era recruta quando veio para Capivari. O tempo de dedicação na cidade proporcionou ao soldado a conquista de um imenso carinho da comunidade. O que não faltou para essa conquista foi empenho. Nas horas de folga Marcão soltava a voz e até cantava nos encontros com as pessoas mais próximas a ele.
Marcos era do tipo duro com o crime, porém, amigável com as pessoas, sabia separar as coisas.
No período de 2005 a 2010, quando dediquei maior tempo às reportagens policiais, por várias vezes encontrei o policial. Ele era sempre simpático e atencioso.
Recordo-me de uma ocorrência em que fui fazer uma matéria jornalística para a Rádio Alternativa. Era manhã da quinta-feira do dia 15 de janeiro de 2009 quando recebi o comunicado de que havia dois corpos às margens da Rodovia do Açúcar no município de Elias Fausto. Fui para o local e o primeiro policial que avistei foi o soldado Marcos. Foi a única vez que não vi o PM sorrir. Ao indagá-lo sobre a ocorrência, ele apenas acenou para que eu olhasse para o lado. Quando olhei, avistei o corpo de duas crianças jogados em uma valeta, eram os corpos das filhas de um casal morto na noite anterior na cidade de Americana/SP.
As duas meninas de 2 e 8 anos estavam com sinais de estrangulamento. Ao me aproximar do Marcos, ainda lembro-me do semblante e das palavras do policial “ É muito difícil, eu tenho filha com essa idade, quando olhei, logo me veio a mente a minha filha”.
Um pouco antes, em 2007, durante a cobertura do carnaval, já havia admirado o comportamento do Marcos em uma ocorrência que originou em Mombuca e que terminou em Rafard. O detido era uma pessoa simples, embriagada, havia disparado com arma de fogo contra a própria namorada.
O sujeito falava muito, fiquei impressionado como o Marcos o tratava, parecia estar lidando com um familiar, muito calmo e mesmo assim, em momento algum deixou sua autoridade de lado, um exemplo.
Ao fazer uma análise de tudo que já li nas redes sociais e traçar com o que ouvi da Capitão Daniele, mais o que ouvi de amigos, o que presenciei nas ocorrências que acompanhei e o depoimento da própria esposa no face do Marcos, não me resta dúvidas, Marcos Valente cumpriu o seu papel profissional e social nesta cidade e levou à risca a missão da policia militar “Nós, Policiais Militares, estamos compromissados com a Defesa da Vida, da Integridade Física e da Dignidade da Pessoa Humana.”
Espero que nossa cidade reconheça o trabalho desse valoroso soldado e que este possa ser no mínimo homenageado dando nome a uma rua ou repartição publica de nosso município, seria o mínimo que poderíamos fazer fixar aqui o nome de alguém que muito fez por Capivari.
Guerreiro VALENTE vá em paz!
Texto: João Flausino
Colaboração: PM Jociane Bari e GC Jose Guimaraes.